Foto: José Lorvão A escravidão dos dias corrói-me os ossos que me ferem os órgãos da subsistência As melodias ficaram sorumbáticas nas cavernas profundas da escuridão Aguardando novos sentidos de perceção aligeirando o prumo Pois neste respirar de autómatos e mudos por entre calçadas de surdos As aberrações impõem-se como catástrofes disfarçadas de génios A inovação perdeu-se nos egos dos retóricos nos discursos dos mestres Cansados de educandos moucos sem rumo Os abraços ficaram prisioneiros dos projetos pomposos Os beijos colam-se às ambições pintoras de ilusões Os afagos e carinhos plastificaram-se nos cumes de gelo Onde as sementes não germinam nem as aves se aninham Espero o desfecho o maremoto o furacão o terramoto a rutura Recomeçar dentro do recomeço Acompanhar os rios flutuantes e em jorro inundar e varrer os despojos Pincelar uma visão no interior de outro quadro Fotografar e reter a sequência da metamorfose em delírio O corruptível e