Abasteço-me de coragem e empreendo um caminho sem retorno Furto-me à baioneta certeira ao peito E enfado-me pela neura dos gestos Em eterna fastidiosa e penosa repetição Na secura das gargantas sem testemunho nem afetos A ansiedade em chamas vomita a palavra E no beco sem saída empreende o trepar pelas paredes Por entre saltos de vedação dilacerando a carne Perante acústicas berrantes de chiadeira das dobradiças Crepitando a melodia peganhosa das crucificações fascistas Enquanto o entusiasmo ténue e quebradiço Cria a transpiração do cansaço do rasgo do enguiço O estendal contaminado pela poalha na betesga armadilhada Avisa-nos do afundamento dos canais de escoamento Nas galerias milenares mudas e ensopadas Onde o oxigénio rarefeito bloqueia os pulmões Do gato vadio que traz consigo um coração negro gravado no costado Como se este fosse uma anunciação justificada de sangramento De um hipotético amor rasurado em corte profundo de maleitas