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O alastramento dos insetos




As árvores acordam perante a revolta das abelhas
Quando a picada em forma de porrada
Anuncia os campos de fogo onde escarafuncham centelhas

A contaminação das terras
As sementes em transformação
Comprimem o esfregaço o embaraço
O enriquecimento a contrafação
O fervilhar químico dos mares
A palhaçada o nada
O estampido preciso no desfalecimento dos lares

A flutuação das lixeiras a peçonha a vergonha
A putrefação dos currais volteia em eterno retorno
Vomitados pela serpente do engodo do esgoto
O cheiro cinzento da borracha no asfalto
A inundação das ervas trepadeiras
Apagando os hieróglifos do aviso da catástrofe
As pedras milenares talhadas
Ao abandono das searas e a destruição das videiras

Os algoritmos instalaram-se pomposos
Nas linhas magnéticas do sol e nas vias rápidas virtuais
Nos túneis elétricos das equações matemáticas
Decidindo em ignorância total o fuzilamento
Escondem-se o juiz e a lei nas meias verdades em estrangulamento

O ser humano é empurrado para um jogo de xadrez
Que se move às cegas e se pode definhar
Na iminência sinistra da desinformação
Perante a hipnose zombie dos indivíduos
Enquanto salões gigantescos de vozes consumistas
Exploram o planeta e arquitetam
O rebentamento dos mealheiros perante o sacudir das tribunas
Entre o hastear das bandeiras invertidas pelas falsas urnas
E o furacão aparente em jogos sub-reptícios das assembleias
Traçam vozeados de passatempo em movediças areias

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