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A mostrar mensagens de dezembro, 2020

O som e o silêncio

  Foto: José Lorvão   A intensidade da escala natural sobrepõe-se ao ordenamento dos átomos E a melodia reivindica o microscópio perfurando a massa incógnita Avolumada na entrada do foco de visão em porção insidiosa e limitada   A harmonia desfaz-se em sonoridades imprecisas sem energia Nem medida indispensável para a concretização de resultados potentes Desfaz-se a química de outrora e o calor transforma-se em cinzas Apagada a fogueira incendiada pelas forças ocultas dos olhares de amantes   A luminosidade oculta-se por entre os sulcos e as rugas De uma pele manchada e seca pelo atravessamento de zonas interditas De batimentos cardíacos apressados ávidos de aguaceiros tépidos Cingidos em pontos de fuga masturbatórios tatuando feitiços   A música molecular estremeceu nos anseios incontidos Na experimentação das tormentas ambicionando o clímax Nas misturas homogéneas provocadoras de encontros de junção Saímos do sistema de observação e expandimos o

O perímetro sinuoso das mãos

Foto: José Lorvão   A boca captura a força da destilação Depois da agitação desenfreada em sobe e desce Tingida pelos frutos da alienação Enquanto zonas termais amaciam os membros esgotados Renascidos das sepulturas dos escravos em expansão   Os espelhos reveladores criam risos amplificadores de óticas Propícias ao deslumbramento de maremotos incontroláveis Que pelo turbilhão em carnificina cega provocam o esquecimento E traçados geométricos riscam o espaço circunscrito dos cubículos Pela dentição desfigurada de amamentação perdida e doente   A eletricidade espalha-se pelas paredes de cimento Desfeito pelos nevoeiros salgados persistentes Originados pelas algas afundadas e pelas medusas caladas Que se desfazem transparentes na opacidade do areal Poluído de ignorância em forma de alucinado vendaval   O magnetismo das mãos esboça desejos circunscritos No útero regenerador das velocidades cósmicas Provocando os fluídos abrangentes da eternidade inte

Impacto

    Gaivotas esvoaçam por cima do casario improvisado à pressa De asas rasgadas e bico sequioso sobre a cabeça das crianças em retiro Adivinhando as fossas abissais em deslizamentos sôfregos E mastigações defeituosas de criaturas marinhas captando delírios Driblando as disformidades em transumância fugindo aos martírios   Longe do mar sobrevoando a serra detetam a tempestade O musgo invade as fronteiras petrificadas do desgosto Do truque do embuste hipnotizando o observador E o apego esgaça os membros desgastados que nos mantêm de pé Experimento um animalejo defunto que nos tritura e cospe com desdém E a física empreendendo o decreto da divisão em ritual de fogo em furor   É o caos a seduzir a menina do trapézio e o condutor de máquinas De velocidade contagiante desafiadora de jogos virtuais de azar e sorte E surge o impacto o aparato o estrondo imperador renascido ditador A lâmina cortante do confronto inevitável dilacerando a carne E o ego estupidi