Gaivotas esvoaçam por cima do casario improvisado à
pressa
De asas rasgadas e bico sequioso sobre a cabeça das
crianças em retiro
Adivinhando as fossas abissais em deslizamentos
sôfregos
E mastigações defeituosas de criaturas marinhas captando
delírios
Driblando as disformidades em transumância fugindo aos
martírios
Longe do mar sobrevoando a serra detetam a tempestade
O musgo invade as fronteiras petrificadas do desgosto
Do truque do embuste hipnotizando o observador
E o apego esgaça os membros desgastados que nos mantêm
de pé
Experimento um animalejo defunto que nos tritura e
cospe com desdém
E a física empreendendo o decreto da divisão em ritual
de fogo em furor
É o caos a seduzir a menina do trapézio e o condutor
de máquinas
De velocidade contagiante desafiadora de jogos
virtuais de azar e sorte
E surge o impacto o aparato o estrondo imperador
renascido ditador
A lâmina cortante do confronto inevitável dilacerando
a carne
E o ego estupidificado brincando com os algoritmos de vida
e morte
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