Foto: José Lorvão |
A intensidade da escala natural sobrepõe-se ao
ordenamento dos átomos
E a melodia reivindica o microscópio perfurando a
massa incógnita
Avolumada na entrada do foco de visão em porção
insidiosa e limitada
A harmonia desfaz-se em sonoridades imprecisas sem
energia
Nem medida indispensável para a concretização de
resultados potentes
Desfaz-se a química de outrora e o calor transforma-se
em cinzas
Apagada a fogueira incendiada pelas forças ocultas dos
olhares de amantes
A luminosidade oculta-se por entre os sulcos e as
rugas
De uma pele manchada e seca pelo atravessamento de
zonas interditas
De batimentos cardíacos apressados ávidos de
aguaceiros tépidos
Cingidos em pontos de fuga masturbatórios tatuando
feitiços
A música molecular estremeceu nos anseios incontidos
Na experimentação das tormentas ambicionando o clímax
Nas misturas homogéneas provocadoras de encontros de junção
Saímos do sistema de observação e expandimos o cio
pelas cercanias
Sem regras nem lei em total ebulição
Aguardamos os fenómenos químicos de ligação à terra
Ou a cremação dos ossos em descanso
Como se em dias infernais o som e o silêncio
Não passassem de uma doce e amarga quimera
Comentários
Enviar um comentário