Foto: José Lorvão A asfixia sobrevem abafando ainda mais dolorosamente o silêncio Os pássaros escondem-se algures na penumbra do arvoredo Dançando perante a indiferença do sofrimento humano o ritual do acasalamento Quando o sol desponta depois da tempestade de areia anunciando a ignorância Enquanto as malvas insistem na purificação das estações abraçando o momento O negro aranhiço desencadeia tentáculos de extinção Tricotando laçadas de ganância que germina Na mediocridade acesa dos oligarcas Convencidos que o mundo gira à sua volta E que todos têm obrigação de veneração Cegos ao ângulo iluminado pelo amor Provocam a morte e a destruição Os meandros caudalosos secam na cinza radioativa Sobrevoando a besta ensanguentada apontando os chifres Evaporando pisaduras colossais e sonoridades de pertença Despindo vestes cosmopolitas e tatuando ódio sobre o nu Dos corpos violados num mundo cinzento adverso Sem lei nem sorrisos de crianças num trist