Procuro equilíbrio no bico do prego revestido de ferrugem
Perante as vergastadas invisíveis que me dilaceram
A amígdala sobrecarregada com a invasão dos répteis
Abrem-se os instintos escorrendo a ansiedade do corte
Ondulando a depressão incontrolável massacrada pela visão da morte
Há um bloqueio em forma de choque que me trespassa a alma
O respirar mecânico arrasta consigo os desgostos
Enfeitados pela indiferença de quem perdeu a capacidade de sentir
empatia
Disfarçam-se os maus-tratos a hora certa
Num trabalho austero em que a porta de saída está sempre aberta
A dubiedade é irmã gémea da falência
A inquietação e esmorecimento acumulam-se
Perante o cenário acabrunhado e cinzento onde floresce a indecência
O rebaixamento é executado com a frieza
A depreciação provém do fundo do poço
Onde as algas esfomeadas desejam o estrelato
E as trepadeiras se enrolam aos nossos pés desejando a queda
Em abalroamento do corpo e espírito
Perpetradas por energias fétidas em situação cobarde de anonimato
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