O nevoeiro adensa as angústias nos estendais de roupa escura Húmida pela invasão de partículas de água sobrepostas nos contentores De viroses esganadas pela ânsia de penetração em espaço alheio Sem se importar com a leveza a densidade ou o meio Cego e sádico provoca o ocidente a queda o impacto a rutura O rasgo o corte o decepar o mutilar da imagem e da moldura A neblina invisual pantomineira desliza como matéria informe Adotando vários rostos arquitetados pelos caprichos da deusa mãe Que por entre floreados abraça o tempo e o musgo nos caminhos Saboreando as águas em harmoniosa sedução Que lhe brotam do ventre inventor de vida por múltiplos ninhos Encerra o mistério da aranha fecundante de criaturas venenosas Qual esconderijo de amantes onde a paixão esvazia as necessidades De um espelho sempre presente ansiando quebrar-se em corrida acesa Para a liberdade estonteante de viver e morrer sem a nada estar presa Armadilha disfarçada de te