O nevoeiro adensa as angústias nos estendais de roupa
escura
Húmida pela invasão de partículas de água sobrepostas
nos contentores
De viroses esganadas pela ânsia de penetração em
espaço alheio
Sem se importar com a leveza a densidade ou o meio
Cego e sádico provoca o ocidente a queda o impacto a
rutura
O rasgo o corte o decepar o mutilar da imagem e da
moldura
A neblina invisual pantomineira desliza como matéria
informe
Adotando vários rostos arquitetados pelos caprichos da
deusa mãe
Que por entre floreados abraça o tempo e o musgo nos caminhos
Saboreando as águas em harmoniosa sedução
Que lhe brotam do ventre inventor de vida por
múltiplos ninhos
Encerra o mistério da aranha fecundante de criaturas
venenosas
Qual esconderijo de amantes onde a paixão esvazia as
necessidades
De um espelho sempre presente ansiando quebrar-se em
corrida acesa
Para a liberdade estonteante de viver e morrer sem a
nada estar presa
Armadilha disfarçada de tesouros cintilantes que
anseiam
Transbordar em orgasmos de obscuridades prazenteiras
em modo lento
Origina lágrimas doloridas incontroladas pelas
reminiscências
Flutuantes em plantações de saudades pelos trocadilhos
do tempo
A tempestade ativa a mudança nos trilhos desérticos
Da ansiedade colorida com sabor a doces tâmaras
Adiando o beijo vermelho sobre o aveludado da pele
Fazendo renascer na boca sequiosa da palavra certa
Bagos de romãs esmagados pela língua inquieta
Comentários
Enviar um comentário