A energia libidinosa ascende aos lugares mais inóspitos E enterra-se nas cavernas aguardando as criaturas desavindas Na miscelânea campal espremidas até à última gota de água Enquanto a borboleta deposita os ovos Na superfície abaulada das contradições Convencendo-se que o seu reinado chegara ao fim E que as partículas desgastadas Desligadas do entusiasmo Flutuariam por cima dos riachos Onde as rãs coaxavam procurando acasalamento A mariposa faz agora amor com o silêncio das flores Que nascem no asfalto dos paradoxos Bloqueando a alegria e o riso Enquanto o oxigénio rarefeito enfraquece os pulmões Pela repetição da queda das folhas de outono Bloqueando a lucidez o amor e o siso A criatura alada esquece os afagos os toques as harmonias Capta somente uma melodia repetitiva ao longe Como uma lengalenga que se dissolve na sonoridade inquieta do mar O auditório enfraqueceu pelo balbuciamento sem veemência Monótono e sarcástico envolto