A espampanante imitadora
de pássaros pavoneia-se em esgares atarantados
Vinga-se nas ramificações
ágeis para desaparecer dos palcos de confronto
Endiabrada revoga as
perspetivas dos sonhos iniciadores de mudança
Quadrúpedes assarapantados
escoltam esta corredora que coitada não voa
Viaja apenas presa ao
deserto mergulhando o bico nos solos arenosos
Engolindo pedras que lhe
servem de dentes desfazendo alimentos
Revolvem as entranhas
coadjuvando a digestão num mundo de ansiosos
Assemelha-se aos camelos
na sua sobrevivência sem água
A avestruz amiga da onça
tem sempre ouvidos vigilantes
E a visão corta o espaço
de outras animalidades em terreno resvaladiço
Inquieta entre outros
circuitos arriscando o choque elétrico
Atacante excelente quanto
menos se espera sai coice preciso
A águia aguarda as
inundações de inverno depois da seca austera de verão
Talvez então a poderosa e
pesada criatura estonteante
Desenterre a cabeça do
chão e deixe cair a baça plumagem
Quando a águia enfadada
com o grasnar de polígama traiçoeira
Incomodada com o seu
roncar possa então liberta de esgares
Prosseguir do alto o
merecido e tranquilo desfrute de ímpar paisagem
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