Vibro na inquietação das unhas esgarçadas de quem boceja sem vintém No colapso vertiginoso da vida num inconstante salto à vara Que para não definhar empreende as correrias do desastre e nunca se detém A embarcação é una como um emaranhado de tentáculos de informação Em que não há fronteiras nem muralhas nem canais de laqueação Pois os caminhos retornam sempre à matriz da engenharia embrionária Açoitada pelas galerias de fogo que esfriam petrificando o ovo Na temporalidade prisioneira de dissimulação da fama Que se dilui na poça de água colada ao pesadelo debaixo da cama No entrançado das janelas do corpo dilatado e sangrando Espreita-se o branco puro de outros aranhiços Marchando em carris de lava vertendo-se no mar revolto Em múltiplas flutuações de dinamismos cortantes Na amalgama leitosa e gelatinosa de seres rastejantes Porque tudo o resto no coração da Terra anda à mercê da obscuridade Nos esconderijos dos bolsos cravejados de tesouros