Emudeço no fechamento ao ruído e histerismo
E mergulho na contemplação dos traços das palmas das mãos
Tentando adivinhar onde na minha existência errei
Perante a insatisfação o espanto a queda
Para que poços infinitamente profundos me atirei
Estendo os membros tateando o insondável nesta neblina
cerrada
Provocadora de tragédias em vereda acidentada
Onde me falta tempo para respirar por entre os pingos
de chuva
De percorrer descalça a praia deserta em neblina
difusa
Chapinhar na água salgada e transformar em glória esta
paragem incerta
Esquivo-me por entre os abraços e construo labirintos
de estonteamentos
Que cegam desfazendo laços e cortando códigos entre
amantes
Quando a solidão retorna na ausência dos pactos
Onde pincelo eternamente as telas transparentes do
sobressalto
Fecho as distâncias do amor em movimento de hélice
Atraindo vendavais tépidos bordados a sonoridades
murmurantes
Sobrevoo topografias de azul e branco
Enquanto o gato questionador olha para mim na
encruzilhada
Comunicando-me que não derrame lágrimas nem tempo
Tentando encontrar respostas para que o céu estrelado
faça sentido
Perante a queda das folhas douradas do girassol
anulando dimensões
E deslizando somente em vias lentas e rápidas
Sempre em direção ao outro lado de mim
Diluindo-me nas correntes em superação dos muros
Que me estancam a visão e a passagem
Para outra respiração de renovadas cores e abençoada aragem
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