Foto: José Lorvão Baila a cobra ziguezagueando em meu redor erguendo a cabeça Não me assusta com o movimento ondulante o reptil astuto Nem com os seus ardilosos esgares de esperteza Dança em círculo anunciando-me a era da renovação e não me surpreende Pois que o espírito do desapego se entranhou em mim com leveza E o corpo sussurra-me que estou em pertinaz transmutação Escoltando as histerias do rebanho que em colapso mutuamente se despreza Transito afogada colapsando por entre a vertigem das cataratas Pela sonância das hidrosferas em fúria transponho obstáculos E a intuição diz-me que devo saltar sobre a energia criativa em expansão Mesmo que o consciente enganador me reprima os membros E quem sabe o arquitetar de uma traição pintada de inveja na fronha Me coloque de sobreaviso pelo competidor desleal e fingido amigo Bebo o antídoto do veneno vomitado nas minhas costas armadilhando teias E o mergulho de confiança nas águas límpidas envolve-me no abr