Foto: José Lorvão |
Mastigam-se
a custo os cardos feitos de contratempos e inseguranças
Os
prazeres sufocam cerrados no baú secreto em lugar incerto e pulveroso
Abundância
não vive no meu tempo de vida neste mundo
Mas
que carreiro é este que me magoa os membros de piso escabroso
E
ameaça a todo o instante a queda deslizando sem controlo até ao fundo
Os
obstáculos que ultrapasso provocam a miscelânea da ruína
E o
triunfo que obtenho transita pela névoa em substância neutra
Que
me suaviza os dias persuadindo que sou ser sem idade
Apenas
um corrupio de vocalizações automáticas de ansiedades e esforços
De
subidas e descidas de escorregadelas e deslizes
Mas prossigo
o ascendimento ignorando para que local me dirijo
Este
caminho íngreme de terra onde rolam pedras por entre buracos
Provoca-me
o cansaço asfixiante do calor do deserto por entre cacos
A
mão que segura a minha é de alguém que conhece e ampara
A
minha dificuldade de locomoção em terreno escorregadio
Os
passos são incertos e o pó levantado na subida deturpa a oração
Dá-me
acesso a uma panorâmica vertiginosa em movimento
Transformada
em descerramento para renovadas visões e conhecimentos
Talvez
penúria ou abundância ao longo da empreitada em processo lento de elevação
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