O sustento transparece à tona em petulância
glacial
As incisuras absorvem
ondulações entre o prazer e a catarse da desconstrução
O corpo apaga na ponta
dos dedos as cores deslavadas do passado
A garganta perfurada silencia
os medos tocando o desconhecido
O bater cardíaco sente a
desmontagem dos alicerces
E a decomposição
vertiginosa dos fluídos de cores
Substitui em transe as
autómatas preces
O ser contorce-se rasgando
ângulos retos agudos obtusos
Pressionando sulcos
antecipando explosões
Delineando revoltas de cruzamentos
em lágrimas microscópicas
Revogando lavas
ditatoriais por túneis de escoamento
Inventando carreiros e
flumes oscilantes onde se agitam ruturas
Gotículas de suor
tombadas em pontes de armazenamento
Desabrocham superfícies
ressequidas em recriação ligando ossos quebrados
O combate instala-se contra
o diabólico de pura fachada
Na alteridade renascem sentimentos e perspetivas de
entroncamentos
E o poema cria asas
anulando o humano que se refugia no nada
Navegando num rio que seca e se inunda
Em florescimentos alternativos de metamorfose desencadeada
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