Foto:José Lorvão Vibra nestes tempos de catástrofe muda de incerteza Uma Primavera obtusa dos homens assombrados pelo mostrengo invisível Que lhe invade o sistema e o corrói por dentro em ânsias proféticas Carimbando passaportes para o reino incógnito que sustem a vida como se fôssemos Os desperdícios de uma outra vontade que se dilui nas criaturas anémicas Enleando-se um bordado de eterno retorno germinando dentro da campânula que protege em trejeitos vãos E ao mesmo tempo asfixia nos abraça e nos corta a garganta Nos dá livre-arbítrio e nos decepa as mãos Primavera obscura! Incute nos homens de poder o respeito pelo planeta que nos acalenta E pelos seres que connosco permanecem Como se fosse um cerimonial sagrado de água benta Primavera vazia onde as pessoas se recolhem em casa Pois a maleita espreita e o medo alastra Os preconceitos afloram em gente que outrora foi delicada E o ser humano transforma-se em besta incerta e desnorteada Incorr