As moléculas deambulam traiçoeiras alargando o seu
poder
Impregnado de potência maléfica rompendo barreiras no
mundo humano
Perante saltos condicionados que anunciam a extinção
da sociedade
Em contingente isolamento e uma carga explosiva no seio
Da seleção demográfica que derrapa na estatística anunciada
Na carência dos afetos criam-se rotas de colisão
Perante o estado de emergência que despe as nossas
defesas
E as mãos tapam a boca abafando o grito em exaustão
Com a matemática desorientada na imprevisibilidade do
lodaçal
No batimento desgovernado do nosso próprio coração
Encoberto pelo reator ao rubro da densidade
populacional
Nos dicionários longe da fala dos indigentes
Nascem novas e pomposas palavras que baralho
E os erros ortográficos riem do meu desmazelo
Perante a onda de calor que me vulcaniza o corpo e a
mente
Envolvendo indiferente a globalização que faz tiro ao
alvo em diversão
De mutação rápida enquanto a memória permanece
bloqueada
O esférico rola rebola salta desliza faz fintas
Sai de hospedeiro para outro num espirro em traçado
zoonótico
Por entre a saliva em voo de transferência fatal
E o fantasma da pandemia olha-me sem vergonha fixamente
Procurando eu no enredo de amor uma luz em forma de sinal
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