A agulha cose o rasgão das calças e a estrela paciente recolhe-se No horizonte oceânico revolvendo as ondas exaltadas do tempo Perante o egocentrismo total da bicharada que se pavoneia alheada As lentes dos óculos falham a perspetiva do enfiamento da linha No alvoraçar da busca sequiosa das insígnias e pódios de honrarias Impregnadas de dinheiro pegajoso passado por debaixo da mesa Em cenas acesas de holofotes venenosos em rasgos de pornografias É diminuto o buraco da agulha descerrando passagem para a abundância Enquanto resvalo solitária no campo difuso do ostracismo Perco-me nos dorsos cansados e na sinuosidade dos reflexos Espera-me um terreno crepitante aberto à nudez trôpega dos loucos Uma clareira infinita que me suga os membros e o cérebro esgotado Numa gélida insulação apartada de um rebanho em agonia de moucos Como animal ferido esbarro contra paradoxos dando o último suspiro Longe da corrupção humana pois nada tenho para vender