Hemialgias martelam nos corpos eletrocutados dos
indigentes
Pela demência retalhada das lombrigas dos homicídios
Denunciando afetos enraivecidos pelos atos
tresloucados
Em lagos borbulhantes e sulfurosos germinadores de filicídios
Nas veias contaminadas do escorpião em investida
Só um rosto humano apreensivo surge na fixidez
ilusória de um papel
Já se ausentaram os olhares comunicantes e amorosos
Em imagem estática na tentativa frustrada de
eternização do cruel
O gemido do oceano acusa a parasitagem pedestre nos hortos
intermitentes
Onde os ladrões aguardam a distração dos galináceos
Gerando enredos floreados de luminosidade beijando o
próprio umbigo
E as rosas florescem espinhosas por entre múltiplos
infernos
Sobrevivendo nas intempéries desastrosas das mágoas
sem searas de trigo
Pela madrugada gelada do silêncio aguardo a hedionda tempestade
Esperançada na limpeza das ratazanas na desinfeção das
sacadas
Desperto na descoberta da encruzilhada para onde
escorrem as estradas
Agora há uma montanha irregular e escabrosa para
escalar
Uma floresta esquiva resvaladia e incógnita por desbravar
E na ignorância faminta desconheço a rota sem pouso
para as mãos
O carreiro salvador que me conduzirá de retorno ao mar
Esta face oculta fere-me os tímpanos causa-me
inquietude
Provoca suores frios em tumultos de respiração
ofegante
Pois que sonoridades anfíbias me trespassam o ventre
Quando os peixes inanimados dão à costa no areal da
praia
As gaivotas surgem mortas e feridas por entre as
pegadas dos mutantes
E os golfinhos irrequietos retornam em saltos à ensolarada baía
Para avisar da invasão do cataclismo incontrolável e demente
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