Foto: José Lorvão |
Soltam-se as feras das grafonolas açambarcadoras
De marchas batuques violinos e embustes
Cruzam-se as caudas denunciadoras de animalidade
sem tempo
Onde os felinos trepam às árvores
Tatuando os troncos na impetuosidade das garras
Anunciando a mensagem profética da exterminação
Qual onda térmica sufocadora de sonhos
Onde não há lugar para a mais pura ambição
Assassina arrasta consigo a poeira de bailarina
disfarçada
Extravasando radioatividade egocêntrica minando
intensidades e conspurcada
Provocadora de cegueira e amnésia nas deformações
do acaso
Empastando a rede neuronal dos répteis arquitetos
Fantasmas aniquiladores de alicerces roubados às
crateras e fumarolas
Respiráculos onde explodem as muralhas e se abatem
as torres
E os bispos escrevem uma nova história humana
repleta de rainhas e reis
Aguardando a bruxa má devoradora de fortalezas
Enquanto os peões arlequins dançam na roda dos
danos laterais
Por onde a roleta-russa se diverte a dar tiro ao
mais agitado andarilho
Então num furação qual rodopio infernal
As janelas rasgam-se nas geometrias dos
atormentados
Deslizando pela revolta do silêncio que esfaqueia
corações
E corta a língua dos famintos
Enquanto as prisões retalham as almas liquefeitas
Que aguardam a sofreguidão dos deuses
Sugadores de esquizofrenias cadavéricas
E acumuladores de cinematografias trágicas
Domesticando o contraditório do sentir humano
Provocando incisões subtraídas ao tempo mágico
Malabarista narcísico e fascista
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