No andar a passo o animal majestoso sem sela
Desloca-se pela ravina indomável e livre
De crina macia agitada pela luz ondulante do sol
O cavalo trota agora confiante na destreza ancestral
Apesar do terreno pedregoso levantando poeira
A queda iminente no abismo estreitado pela serrania
É a solidão e a temperança que naquele momento
Em tão difícil passagem a nossa força nos unia
A montada a galope desbrava a flora que se verga ao
contacto dos cascos
Transporta no dorso o desejo de semear para os que ainda estão por nascer
Ultrapassando pesarosas galerias de acesso aos
improvisados jazigos
Oscila entre o cume e o agreste desfiladeiro a
cavalgada
Ouvem-se os uivos nas encostas e a vigília das feras
ansiando o comer
E eu desejando ávida nova realidade pela anunciada
madrugada
Quando os estábulos ficam para trás perdendo-se nos
falsos abrigos
Que prometem renovados genomas e o afastamento de
perigos
Transporta-me o espírito da liberdade para outro
espaço
Luminoso de paz perpétua sulcando campinas verdejantes
Pelas margens de rios selvagens entre prados viçosos
Chão firme de flores silvestres desmaiando no flutuar
da leve brisa
Respirando o odor alado de sopros perfumantes
No seu dorso sustém a delicadeza
E a força incomensurável do feminino
Será sonho persistência coragem ou um novo hino
Numa simples forma de calcorrear o conturbado caminho!
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