O rasto açambarcador do puzzle higienizado cria fobias
Nos pormenores psicóticos de todo o gesto premeditado
Implodindo o cérebro pelos carrascos programado
Embirrando e defendendo que tudo o que é diferente é pecado
O medo que permanece até depois do sol posto
Desbota as cores as dores as raivas e os açaimes
Na impaciência provocadora de vertigem na criatura
Proliferando as máscaras asfixiantes tatuando os
rostos
Abrindo rasgos exalando eflúvios na putrefeita textura
As olheiras sintetizam a repulsão de uma felicidade em
fingimento
Na transparência da intolerância do meu interior sem
contentamento
Flutuando sobre nuvens tentadoras de sonhos e
diabruras
Pulando ritmada pelo solfejo incontrolável da
impregnação
Esquivando-me à temperatura elevada do fogo posto
Dançando enleada pelo florescer belo da miscigenação
A fartura e a fome na decadência humana criam laivos
de loucura
A lixivia que intoxica consome vírus e bactérias de
todo o porte
A neura acomodada até à lua dentro de um foguetão cria
fugas
Nas lesmas minhocas e sorrisos no estendal convulsivo
da morte
As mãos envelhecidas pelos químicos corroem afetos
Sem uma vida com melhor fadário e abundância
Afundo-me na inevitabilidade suspensa na forca da
velhice
Nem os cabelos brancos anunciando a pureza impedem
A lança perfurando as costas arrasando a fertilidade
Perante os voos percutores do abutre em golpe final no
centro da crise
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