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Náusea


 

A sopa de nutrientes embala as ilhas bacterianas

De gente perdida na soturnidade esquelética

Na imensidão das planícies que me destronam

Perante a imagem caótica da míngua em malga anorética

Extravasando o alimento que se tornou veneno à solta

Pela orla dos diamantes sem arvoredo

Avidez saltitante em cavernas prisões de bulimia

Os retóricos desmancham o puzzle acelerando no alcance das palavras

Mas a débil memória devorou-as e delas se esqueceu

Pela medíocre argumentação em laivos de picardia

 

A náusea instala-se nos estômagos dos solitários

Enquanto a tagarelice abafa as ambições os sonhos as desilusões

Pavoneiam-se as máscaras rendendo-se à dança de vírus camuflados

Que encobrem as paranoias as raivas os medos e os sorrisos desmaiados

 

Os prazeres ficaram esquecidos num baú enferrujado no fundo do mar

Ouvem-se os rasgos dos tecidos e o ritmo da tecedeira

Embaraçando os fios sob a cantilena abafada do roncar do tear

E o corpo revolta-se aturdido refugiando-se na palpação

Adivinhando os tumores e empalidecendo nos afagos

Dos músculos cansados em vertiginosa deterioração


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