Foto: José Lorvão |
Astucioso o reptil aprumou-se para ferrar as
mandíbulas
Lançando o jato virulento na oportunidade que surgia
ali à mão
Manipulando os cordéis suspensos sobre os peitos
mirrados dos defuntos
Acumulando poder e delírios de reconhecimento em baba
solta e laganhosa
Rastejando o ser narcísico e escamoso embevecido pelo
sombreado que deixa no chão
A sonoridade que envolve a serpente estruge nos outros
surda e maldosa
Indiferente egoísta defrauda planos no seu esconderijo
ansiosa
Crucificando mentes inativas amedrontadas com a míngua
Enquanto favoritismos constroem projetos de podridão
inacabados
Culpando o espírito retaliativo da serpente os adjuntos
desmazelados
Sem que dês conta reptil nojento há uma rapinadora que
te vigia do alto
Acompanha-te os traços que deixas no descampado seco e
amargurado
Conhece o teu covil nauseabundo onde se reproduzem as
criaturas à tua imagem
Espírito de devaneios irrealista produtor de
espetáculos de imposturas
Calunia criando energias cinzentas para salvaguardar
duvidosas amizades
Desconfiado tosco previsivelmente sem carisma sem luz
e derrotado
Comentários
Enviar um comentário