O refluxo plastificado das lixeiras emerge na
força das marés revoltadas
Com a ansiedade de controlo e poder dos vírus
pardacentos
Denunciando o espetro raquítico e esponjoso dos
homicidas
Perante a obstrução dos canais que criam floreados
galerias
De criações humanas que se contaminam pelos
desarranjos dos metais
E destroem círculos sagrados onde se erguem
ermidas
A ambição e a vaidade amordaçam mentes inquietas
Perdendo-se em oceanos de superficialidade
Contribuindo para banquetes de insipiência
Para matança dos consagrados no desmantelar
Dos corpos gigantescos das carcaças
E a fome esquizofrénica de proteínas
À custa de criaturas manipuladas para devorar
Com as gargalhadas dos esfomeados assanhados de
imortalidade
Os poços corroem-se na acidez fétida dos estrumes
E os peixes sofrem com a metamorfose dos mamíferos
A flutuação dos desperdícios denuncia as pocilgas
Vertendo o metano nos acumuladores de bombas por
deflagrar
De armamento por explodir arquitetando o regresso
às cinzas
A campânula fecha-se sobre os agitadores de
programas
Em malabarismos de redes de pesca e aprisionamento
Sufocando o bater cardíaco e provocando fumo negro
em subtis brisas
A partícula agitada qual onda ténue deixa-se
apanhar pela avalanche
Procurando a outra parte do enigma planeando-se a
si própria
Inventando um novo nascimento no interior do
rodopio
Uma renovada camada emergindo na parte
milagrosamente alterada
Transformando-se numa faiscante tranche em forma
de suspiro
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