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Decesso camaleónico




A morte espaventosa suspendeu atmosferas corrosivas
Sobre as cabeças dos gigantes tricotando cachecóis
Para abafar gargantas no forno dos desertos
Assinou um pacto de limite temporal em neutra paisagem
Para que as folhas de outono se transformassem
Em fungos berrantes nos recônditos obscuros da floresta virgem

O passamento abraçou a dor dos enfermos e prometeu
Que a prole sobreviveria às garras do bicho homem no inferno
Permanecendo enlouquecido e afundado em milhões de cérebros
Implodindo numa chuva de caruncho em noite gelada e húmida de inverno

A morte trajou-se de mansinho e instalou-se
Perto dos andarilhos estáticos sobranceiros ao declive
Onde os fósseis dos dinossauros selaram as galerias dos defuntos
Suspensas dos penhascos ancestrais
Antes da esperteza delinquente e manhosa
Ser coroada pelos povos acabrunhados e ignorantes
Cobardes cabisbaixos e rastejantes

Enfeitou-se o óbito de pechisbeque e tilintou por entre os canais
Batendo sonoro nas paredes lar de ratos dançarinos
Que desvendam outras extensões diversos corredores
Provocando com golpes pantomineiros
Os sobreviventes da contaminação que ascendem soberbos
De destrutores borlistas a galhofeiros roedores

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