O calor de inverno expõe a contradição dos tempos
A paranoia subtil dos templos
O ritual ansioso pela eternidade sem nexo dos
corpos
Os ligamentos corroeram as células sem comando
maior
Mirraram pela invasão da aridez planeada no
balançar dos trapézios
Que teimam em criar arquiteturas de corais
suspensas
Nas torres sem alicerces de um cosmos fictício
Feito de correntes serpenteantes na escuridão dos
invisuais
Que palpam os nutrientes de subsistência
Perante o gozo estonteante dos criadores da
existência
O calor de inverno traz consigo o gás venenoso
Provocando o automatismo dos automobilistas da
avidez
Fazendo pacto misterioso com o acelerador de
partículas
Os pés transformam-se em bolas de sabão
E flutuam na maré salgada dos oceanos
Esperam a muda da pele esperançados na eternidade
da beleza celeste
Os braços metamorfosearam-se em asas de condor
Controlando das alturas a passagem das criaturas
de escravos a senhor
O calor de inverno troca os costumes
Não faz a distinção entre alimento e magro
sustento
Inventa novas piruetas e empurra para os vulcões
em atividade
Os irrequietos e renovados estetas
Enquanto a matreirice espreita e delineia o golpe
Perante o roer de unhas desgastadas pelas
incongruências das crucificações
Pelas cidades corrompidas pela contaminação dos
canais aquíferos
Onde os ratos flutuam na mixórdia dos dejetos
E sobrevivem como vampiros pela acidez das
deceções
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