Nas ruas da cidade bordam-se sinaléticas de
socorro
Pois que vampiros proliferam por entre atmosferas
de secura
Acenando ao navegador do tempo criado em
laboratório
Instalando-se nos pedestais aproveitando o
esburacar do muro
Esbracejando o viajante no deslizar do
guarda-chuva negro em túnel inglório
E a Amazónia em agonia!
As nuvens de algodão doce sobrevoam a cidade
corrompida
E o sol abraça as avenidas poluídas de Lisboa
envelhecida
Sustendo o abandono da arquitetura das emoções
pelas esquinas sem alma de casas desabitadas
Os turistas apressados deixam rastos de sonhos e
ilusões
Enquanto os negócios se inventam nos chifres da
sobrevivência de um país desmantelado
Pelo roubo descarado amnésia endémica e o corte
profundo do machado
E a Amazónia em agonia!
E as nuvens de algodão doce pairando sobre a
cidade poliglota
E as pedreiras a céu aberto anunciando a
catástrofe nos poços opacos da ganância
E a derrapagem no asfalto feita estrondo dos
metais em dia de chuvas torrenciais amedrontando a multidão
Cria pacto de tensão com o roncar das aeronaves
passando a rasar o alto dos edifícios em ensurdecedora trepidação
E assassinada na linha cósmica acompanhando o
desespero da Terra ouvem-se os seus ais
Permanecendo a Amazónia em agonia por entre os
mangais
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