Cruzam-se os espelhos na deformidade anunciada
Quebram-se os cristais voando na multiplicidade
das velocidades
Pelos truques de ilusão claustrofóbica e parada
Onde as bestas rastejantes trocam papéis
E saltam nas prateleiras da ostentação das pedras
Na articulação dos ramos das árvores agitando o
socorro
Escavando galerias de seres crescendo de
acrescentos
Lambendo as gotas de água do húmido subsolo
Enquanto a omnipresença se esconde da perspetiva
limitada
Das serpentes submersas na banheira higiénica
Repelente de vida alheia esgravatando persistente
na clandestinidade
Na estonteante velocidade da luz que intermitente
engana a plateia
Deslumbrados primatas batedores de terreno de cara
feia
Ignorando que quem viveu permanece
E quem permanece morreu!
Entre um suspiro e outro o que acontece excedeu
E o que excedeu nas reentrâncias da dilatação do
espaço desapareceu
O mágico ri do desnorteamento humano
Que de tão ruim produziu-se a si mesmo como
desumano
O que é não existe não está lá mas na correnteza
persistente
Espaço e tempo dançam na inquietude dos neurónios
E numa fração de segundo salto o muro num lamento
Visualizo a cirurgia a luminosidade do salão
O cirurgião gentil-homem e o inevitável advento
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